tecnica de energia muscular

4 de novembro de 2010 at 19:26 Deixe um comentário

Técnica de energia muscular

A técnica de energia muscular é um procedimento de tratamento pela medicina manual que envolve a contração voluntária do músculo do paciente numa direção precisamente controlada,em níveis variáveis de intensidade,contra uma força oposta executada de modo distinto,aplicada pelo operador.Os procedimentos de energia muscular possuem ampla aplicação e são classificados como técnicas ativas nas quais o paciente contribui com força corretiva.A força ativadora é classificada como intrínseca.O paciente é responsável pela dosagem aplicada.

A técnica da energia muscular conta com muitos usos clínicos.Pode ser utilizada para alongar um músculo com encurtamento,contratura ou espasmo;serve para fortalecer um músculo ou grupo musculares fisiologicamente enfraquecidos,para reduzir edema localizado e aliviar congestão passiva(os músculos são a bomba dos sistemas linfático e venoso),e para mobilizar uma articulação que apresenta restrição de mobilidade.A função de qualquer articulação do corpo que pode ser movimentada por ação muscular voluntária seja direta,seja indiretamente,pode ser influenciada por procedimentos de energia muscular.A quantidade de esforço feita pelo paciente pode variar de um abalo muscular mínimo a uma contração muscular máxima.O esforço pode ter duração de apenas uma fração de segundos ou ser prolongado,durando vários segundos.

Tipos de contração muscular

Há quatro tipos diferentes de contração muscular na técnica de energia muscular:isométrica,concêntrica isotônica,excêntrica e isolítica.Com uma contração isométrica,a distância entre a origem e a inserção do músculo é mantida constante.Desenvolve-se no músculo uma tensão fixa enquanto o paciente contrai o músculo em oposição a uma contra força de igual valor,aplicada pelo operador,o que impede o encurtamento do músculo da origem á inserção.A contração isotônica concêntrica ocorre quando quando a tensão muscular faz com que a origem e a inserção se aproximem.A contração isotônica excêntrica é aquela em que há tensão muscular que permite a separação da origem e da inserção muscular.De fato,o músculo se alonga .A contração isolítica é um evento não fisiológico,no qual a contração do paciente tenta ser concêntrica com aproximação da origem e inserção ,mas ocorre uma força externa  aplicada pelo operador na direção oposta.

Usos da contração muscular na técnica de energia muscular

As contrações musculares mais frequentemente utilizadas na técnica de energia muscular são as isométricas e as isotônicas concêntricas.A técnica isométrica é usada basicamente no eixo vertebral,para curar músculo curto,hipertônico que funciona como uma corda biomecânica de ancoramento que impede o movimento e,por meio da lei da inervação recíproca,inibe seu antagonista.Por meio de complexos mecanismos neurológicos,entre os quais o fuso,o aparelho tendinoso de golgi e os reflexos medulares espinais e corticais,ocorrem os seguintes fenômenos:depois de uma contração isométrica,o músculo hipertônico encurtado pode ser alongado até um novo comprimento de repouso.Ao ser relaxado,esse agonista hipertônico deixa de  contribuir com inibição para o seus antagonistas resultando em tônus muscular mais igual e em mais equilíbrio.As contrações isotônicas são aplicadas com maior freqüência nas extremidades.Na presença de um grupo muscular inibido e enfraquecido,pode ser aplicada uma série de contrações isotônicas concêntrica contra a resistência progressivamente crescente,resultando em aumento do tônus e da força do músculo.Concomitantemente,o aumento da força de ações repetitivas de um músculo em toda sua amplitude de forma concêntrica também inibirá seu antagonista,resultando em tônus muscular mais simétrico.Ocasionalmente,é usada uma contração isotônica concêntrica para mobilizar um articulação diretamente contra a barreira de seu movimento.Essa contração não costuma ser muito utilizada para abordar restrição de movimentos articular,porque a contração isotônica concêntrica contra a barreira de resistência é muitas vezes dolorida para o paciente e não acarreta bons resultados.

Técnica de mobilização muscular

A contração isométrica e a isotônica concêntrica podem ser utilizadas de três maneiras diferentes para curar um restritor da articulação.Tomemos um exemplo simples de um segmento com restrição na rotação para direita.O músculo rotador esquerdo estará hipertônico,curto e retesado, ao passo que o músculo rotador direito estará mais fraco.Uma abordagem seria engajar a barreira de resistência da rotação para a direita e pedir ao músculo rotador esquerdo que se contraia isometricamente.Após uma série dessas contrações isométricas,o músculo rotador esquerdo hipertônico pode ser alongado até um novo comprimento de repouso,aumentando a capacidade dos segmentos de se moverem na rotação para a direita.Uma segunda abordagem seria pedir ao músculo rotador direito que se contraia com ação isotônica concêntrica,resultando num puxão da articulação em toda sua amplitude de rotação para a direita.Embora possa ser eficaz,esse procedimento é em geral dolorido demais para o paciente e muito difícil de ser controlado pelo operador.Uma terceira opção seria engajar a barreira rotacional direita e pedir aos músculos rotadores direitos  que se contraiam isometricamente.Não ocorre movimento,mas uma contração isométrica sustentada do músculo rotador direito inibirá o músculo rotador esquerdo encurtado e hipertônico fazendo com que.após a contração, possa ocorrer algum alongamento do músculo rotador esquerdo retesado,com melhora da rotação para a direita.

Todas essas contrações musculares influenciam a fáscia que envolve os músculos,a substância fundamental do tecido conjuntivo e os fluidos intersticiais,alterando a fisiologia muscular por mecanismos reflexos.O comprimento e o tônus da fáscia são alterados por contração muscular.Alteração da fáscia influencia não apenas sua função biomecânica como também as funções bioquímicas e imunológicas.O esforço muscular do paciente requer energia e o processo metabólico da contração muscular resulta em dióxido de carbono,ácido lático e outros produtos de excreção metabólica que tem de ser transportados e metabolizados.É Por essa razão que o paciente costuma sentir algum aumento da dor muscular nas 12 a 36 horas que se seguem ao tratamento por técnica de energia muscular.Procedimentos de energia muscular oferecem segurança ao paciente,pois a força ativadora é intrínseca e as dosagem pode ser facilmente controlada por ele,mas é preciso lembrar que esse esforço tem seu preço.É fácil acontecer de operadores inexperientes exagerarem nos procedimentos e provocarem overdose no paciente.

Elementos dos procedimentos de energia muscular

Os 5 elementos a seguir são essenciais para o sucesso de qualquer procedimento de energia muscular:

v     Contração muscular ativa pelo paciente

v     Posição articular controlada

v     Contração muscular numa direção específica

v     Contra força distinta aplicada pelo operador

v     Intensidade controlada da contração

O paciente é instruído a contrair um músculo enquanto o operador mantém uma articulação ou porção do sistema músculo-esquelético numa posição específica.Pede-se ao paciente que contraia numa certa direção.O operador aplica uma contra força :uma qie impede qualquer aproximação da origem da inserção(assim tornando o procedimento isométrico),outra que permite cedência(no caso da contração isotônica concêntrica)ou que vença o esforço muscular(resultando num procedimento isolítico).

Os erros comuns a que os pacientes incorrem durante os procedimentos de energia muscular são contrair demais,contrair na direção errada,sustentar a contração por tempo insuficiente ou não relaxar corretamente após a contração.Os erros mais comuns do operador são não controlar precisamente a posição da articulação em  relação à barreira do movimento,não oferecer contra força na direção certa,não fornecer instruções detalhadas ao paciente e passar para uma nova posição articular  cedo demais após o término da contração do paciente.O operador deve esperar pelo período refratário depois de uma contração isométrica antes de alongar o músculo até um novo comprimento de repouso.

A experiência clínica demonstrou que três a a cinco repetições de esforço muscular,de 3 a 7 segundos cada,são eficazes para a consecução da meta terapêutica.A experiência indicará ao operador a necessidade de contração mais longa ou de mais repetições.A contração isométrica necessária não precisa ser muito forte.É importante que ela seja continuada e que o comprimento do músculo seja mantido e mais isométrico possível.Depois da contração continuada,porém leve,deve ocorrer uma pausa momentânea antes de o operador alongar o músculo encurtado e contraído até um novo comprimento de repouso.Os procedimentos isotônicos requerem contração energética por parte do paciente,já que a interação do operador é restabelecer o disparo das fibras musculares e fazer com que elas trabalhem o mais intensamente possível,resultando em relaxamento do antagonista.O músculo deve contrair-se em toda a sua amplitude.Depois de qualquer procedimento de energia muscular,o paciente deve relaxar antes de reposicionar-se contra uma nova barreira de resistência.

Fonte:Princípios de Medicina Manual-Philip E. Greenman

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